O governador Jorginho Mello (PL) fez nesta terça-feira (4) a leitura da sua mensagem ao Poder Legislativo. O evento é institucional e constitucional. Marca em definitivo o início dos trabalhos do parlamento catarinense. Jorginho esteve acompanhado da vice Marilisa Boehn e de secretários de Estado, além de presidentes de autarquias.
O recado, em síntese e em público, foi comemorativo e apontou avanços em áreas como educação (Catec e Universidade Gratuita), infraestrutura (Estrada Boa), saúde (cirurgias eletivas) e o desempenho geral do Estado nos aspectos econômicos e sociais.
Para alguns deputados ficou o sentimento de frustração, porque temas sensíveis da sociedade que estão em discussão na Alesc não foram abordados pelo governador. Em plenário, Jorginho fez um discurso institucional. Entretanto, na reunião no gabinete da presidência com os deputados, havia a expectativa de abordagem sobre a construção de alternativas para o Projeto de Lei que trata do aumento para os servidores da segurança pública ou a redução do ICMS para a cadeia produtiva do leite, emperrada desde 2023 na casa.
O deputado Fabiano da Luz (PT), principal líder da oposição na Alesc, exemplificou a necessidade de conversa com os deputados, citando a cobrança retroativa do ICMS ao setor agroindustrial, prejudicando as empresas instaladas, principalmente, no Oeste.
“O Governo do Estado quer cobrar um ICMS retroativo, de cinco anos pra trás, que ultrapassa os R$ 250 milhões. Ele quer cobrar esse mês. Se ele fizer isso, as empresas vão se tornar inadimplentes. Nós queríamos discutir isso com ele, mas não deu abertura para conversar sobre esses problemas”.
A reunião dos deputados com Jorginho Mello terminou sem resultado prático. O governador se comprometeu a marcar novo encontro com os parlamentares para tratar dos assuntos. Ou seja, mais uma vez, Jorginho deixa a oposição “nadar de braçada” na Alesc, prejudicando a construção de argumentos para sua base de sustentação.