Desempenho do agronegócio anima mercado e indica novo recorde anual
Setor mantém trajetória de alta e pode representar quase 30% da economia brasileira neste ano


O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 6,5% no primeiro trimestre de 2025, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O setor movimentou R$210,6 bilhões no período e segue com forte desempenho após a retomada no fim de 2024.
O crescimento foi impulsionado especialmente pelo ramo agrícola, com aumento da produção e valorização de produtos como soja, milho, trigo, arroz, cacau e café. Já no setor pecuário, mesmo com queda no custo dos insumos, houve alta na produção e nos serviços ligados à carne, leite, ovos e pescados.
Entre os segmentos do agronegócio, o setor primário agrícola teve o maior avanço, com alta de 10,78%, enquanto o setor primário pecuário cresceu 8,58%. A agroindústria também teve crescimento positivo, com destaque para a produção de carnes, café e etanol de milho. O setor de agrosserviços registrou aumento de 6,27%.
Com esse desempenho, o agronegócio pode alcançar participação de 29,4% no PIB nacional em 2025, o maior índice em mais de duas décadas. Em 2024, essa participação foi de 23,5%, reflexo de um ano de queda no setor, que agora apresenta recuperação consistente.
O estudo aponta que o PIB do agronegócio pode ultrapassar R$3,7 trilhões até o final do ano, consolidando o setor como pilar da economia brasileira. Essa projeção depende, no entanto, de fatores como condições climáticas favoráveis, manutenção da demanda externa e estabilidade nos custos de produção.
O desempenho do setor reforça sua importância estratégica para o país, tanto na geração de empregos quanto no equilíbrio da balança comercial. A expectativa é de que, mesmo com uma desaceleração no ritmo de crescimento ao longo do ano, o agronegócio siga sendo um dos principais motores da economia nacional em 2025.