A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape) reativou a Câmara Setorial do Tabaco em uma reunião online, criando um espaço permanente de diálogo com produtores e representantes do setor em Santa Catarina. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a articulação institucional frente aos desafios econômicos, regulatórios e sociais que impactam a cadeia produtiva, especialmente no contexto da safra 2025/2026.
Durante o encontro, foram debatidas as atuais dificuldades enfrentadas pelo setor, como os efeitos das políticas internacionais, os desafios comerciais e as transformações no mercado global. Para o secretário da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, o diálogo é essencial.
“Nosso papel é construir pontes entre a produção e a política pública. O tabaco sustenta milhares de famílias catarinenses e precisa ser tratado com seriedade. Com diálogo, dados técnicos e união do setor, vamos enfrentar os desafios e garantir que Santa Catarina continue sendo referência na produção e exportação de tabaco de qualidade”, pontuou ele.
De acordo com dados da safra 2024/2025, estimados pela Afubra e pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri), Santa Catarina conta com 41.720 famílias produtoras de tabaco, cultivando uma área de 94.212 hectares. O volume total produzido chega a 225.239 toneladas, gerando um faturamento bruto estimado de R$4,6 bilhões.
Uma das preocupações do setor é a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP11/CQCT), prevista para novembro na Suíça. Entidades alertam que possíveis diretrizes globais podem desconsiderar as especificidades socioeconômicas dos países produtores, resultando em medidas que afetem diretamente a produção agrícola nacional.
Chiodini reforça a importância da Câmara Setorial como ferramenta de construção coletiva.
“A Câmara Setorial é uma ferramenta para garantir escuta qualificada, embasamento técnico e construção coletiva. Diante de um cenário complexo, o governo do Estado reforça seu compromisso com o diálogo institucional e com a busca de caminhos que levem em conta os diferentes interesses e responsabilidades públicas envolvidas”, destacou Chiodini.
A reunião de reativação contou com a participação de representantes da Sape, Epagri, Cidasc, Faesc, Fiesc, Fetaesc, Afubra, Amprotabaco, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Sinditabaco.