Por Henrique Paulo
No mundo conectado de hoje, onde a vida digital caminha lado a lado com a realidade, pequenos gestos como uma curtida em uma foto ou o acesso ao celular do parceiro têm sido o estopim para brigas em muitos relacionamentos. O que antes era apenas um botão, hoje pode ser interpretado como sinal de interesse, ou flerte.
Segundo a psicóloga, Mariane Bilibio, o problema não está necessariamente no ato “dar like” ou de mexer no celular, mas na falta de acordos e limites bem definidos entre o casal.
“Quando não há combinados claros, cada um interpreta os sinais digitais à sua maneira. Isso abre espaço para mal-entendidos, ciúmes e acusações infundadas. O ideal é que o casal converse sobre o que considera aceitável ou não no ambiente online”, pontua.
Especialistas reforçam que, além do respeito mútuo, é essencial cultivar a confiança para evitar esse tipo de desgaste. O excesso de controle e vigilância pode minar a liberdade individual. Mariane conclui: “O caminho está no diálogo, não na senha do celular.”
A profissional explica ainda que a tecnologia não é a vilã. “A questão é quando as interações físicas são substituídas pelo celular. O parceiro se sente desprezado e dificilmente os dois estarão felizes no relacionamento. Intrigas começam a surgir e vão ficando piores, ainda mais quando o outro precisa implorar para ter atenção”, ressalta.
Casos graves
Em 2021, uma moradora de 23 anos de Pinhalzinho, recebeu ameaças do ex-marido. Segundo a vítima na época, ela estava separada dele, mas os dois viviam na mesma casa e que ao chegar no imóvel ambos começaram uma discussão por causa do celular que ela havia comprado. O suspeito queria ver as mensagens que ela estaria recebendo pela internet. A jovem contou a PM que o autor nunca permitiu que ela tivesse um smartphone.
No ano passado, as forças de segurança locais, prenderam um homem de 37 anos por ser suspeito de agredir a companheira com socos no rosto após ela ter visto as mensagens no aparelho dele.
