Por Felipe Eduardo
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira (06) que haja qualquer mal-estar entre os ministros da Corte em razão da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada por Alexandre de Moraes na última segunda-feira (04).
Em entrevista a jornalistas após participar de um evento do Instituto Esfera Brasil, em Brasília, Mendes afirmou que a decisão não gerou “nenhum desconforto”. Questionado sobre supostas insatisfações internas no Supremo com a postura de Moraes, o decano foi enfático.
“O Alexandre de Moraes tem toda a nossa confiança e o nosso apoio. Não tem isolamento algum. O Brasil teria se tornado um pântano institucional não fosse a ação de Moraes”, enalteceu ele.
A defesa contundente do colega ocorreu no momento em que a decisão de Moraes, que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro e outras figuras investigadas, gera intensos debates no meio político e jurídico. O caso envolve suspeitas de organização de uma trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
Mendes destacou a gravidade das acusações apontadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que incluem planos de sequestro e assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes.
“Estamos falando de coisas sérias, não de um passeio no parque. Então é preciso que isso seja reconhecido”, afirmou.
A fala de Gilmar Mendes reforçpu a unidade da Corte diante das recentes decisões tomadas no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe. Ele é o ministro mais antigo em exercício no Supremo e uma das vozes mais influentes dentro do Judiciário brasileiro.
