CPMI do INSS recebe mais de 740 requerimentos e inicia investigações sobre fraudes em benefícios

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS já contabiliza 743 requerimentos desde sua instalação, na quarta-feira (20), número que inclui pedidos duplicados e que pode prolongar a votação ponto a ponto. A comissão foi criada para investigar fraudes e desvios em benefícios de pensionistas e aposentados do instituto.

Os requerimentos precisam ser pautados pelo presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), e receber aprovação da comissão. Os primeiros pedidos devem ser votados na terça-feira (26). O levantamento considera apenas os requerimentos protocolados até as 10h01 desta sexta-feira (22).

Do total, ao menos 318 solicitam a quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico de pessoas ou entidades envolvidas nas fraudes. Entre os nomes citados está José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O sindicato é investigado pela Polícia Federal por supostos descontos indevidos nos contracheques de aposentados.

A CPMI também deverá analisar requerimentos para convocar ministros e ex-ministros do governo Lula, como Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius de Carvalho (CGU), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Carlos Lupi (ex-ministro da Previdência).

Ex-presidentes do INSS, como Alessandro Stefanutto, Gilberto Waller e André Paulo Felix Fidelis, também estão entre os alvos. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é citado em pedido protocolado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG).

A maioria dos requerimentos foi apresentada por apenas um senador. Izalci Lucas (PL-DF) lidera, com 325 pedidos. A oposição venceu a disputa interna e colocou Carlos Viana na presidência da CPMI, enquanto Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) assumirá a relatoria.

Até pouco antes da instalação da comissão, o governo considerava o tema encerrado, sendo surpreendido pela articulação da oposição, que deve aproveitar o espaço para questionar a gestão Lula a pouco mais de um ano das eleições.