Uma pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) aponta que 55% dos brasileiros consideram que Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado Eduardo (PL-SP), estão agindo mal diante do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil. No caso do presidente Lula (PT), 46% avaliam sua atuação como negativa, enquanto 44% consideram que ele age bem — um cenário de empate técnico, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, foi realizado entre os dias 13 e 17 de agosto, com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios. O nível de confiança é de 95%. Além dos Bolsonaros, outros políticos também registraram mais avaliações negativas do que positivas no manejo da crise:
Romeu Zema (Novo-MG): 16 pontos de saldo negativo
Ronaldo Caiado (União-GO): 15 pontos negativos
Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda: 12 pontos
Ratinho Júnior (PSD-PR) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP): 11 pontos cada
Entre os nomes avaliados, Lula foi o único com resultado em empate técnico entre aprovação e reprovação em sua conduta sobre o tarifaço.
Lula lidera percepção de acerto no embate com EUA
O levantamento também revela que 48% dos brasileiros acreditam que Lula e o PT estão do lado que “mais faz o que é certo” no enfrentamento das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Já 28% citam Bolsonaro e seus aliados. Para 15%, nenhum dos lados age corretamente, e 9% não souberam ou não quiseram responder.
Impacto do tarifaço e motivações políticas
Desde o dia 6 de agosto, alguns produtos brasileiros passaram a ser taxados em 50% ao entrarem nos EUA, tarifa considerada a mais alta do mundo atualmente. Segundo a Quaest:
64% acreditam que o tarifaço vai aumentar o preço dos alimentos
18% acham que os preços vão cair
13% acreditam que permanecerão os mesmos
5% não souberam responder
Para 71% dos entrevistados, Trump está errado ao justificar as tarifas com base em uma suposta perseguição a Bolsonaro. Além disso, 51% acreditam que a medida tem motivações políticas do ex-presidente americano, que é aliado do ex-presidente brasileiro. A pesquisa também mostra que 51% desaprovam o governo Lula, enquanto 46% aprovam. É a menor diferença registrada desde janeiro de 2025, quando os índices estavam tecnicamente empatados (49% de desaprovação e 47% de aprovação).
Negociação é preferida; retaliação perde força - A preferência da população brasileira é por uma solução negociada. Segundo a Quaest:
67% defendem que o Brasil negocie com os EUA
26% acham que o país deve retaliar com tarifas
A maioria (77%) acredita que o tarifaço irá prejudicar sua vida diretamente